Sim, é um anjo com uma metralhadora e uma faca do Rambo.
Eu li num blog aleatório uma crítica positiva sobre esse filme, e acho que resolvi transformar meu próprio blog num espaço pra críticas cinematográficas, pelo menos assim eu me animo a escrever. Taí a justificativa pro post.
Comecemos. Eu acho justo começar dizendo que esse filme não faz sentido NENHUM. Mas vamos ao plot, sem interferências: Deus ficou de saco cheio da humanidade, da mesma forma que ficou milênios atrás, pouco antes de enviar O diluvio. Dessa vez, entretanto, resolveu fazer com que seus anjos possuíssem o corpo dos seres humanos de coração fraco, para que esses matassem, na base da mordida, todos os outros humanos. No meio disso tudo, o bebê de uma garçonete, é a única salvação possível pra raça humana. Sendo assim, o arcanjo Miguel desce à Terra, corta as próprias asas e desobedece as ordens dO chefe para proteger a criança.
Eu não sou daqueles que gosta de tudo bem explicadinho, nos mínimos detalhes, pelo contrário. Eu adoro quando um filme não mostra tudo, quando deixa minha imaginação agir, mas tudo, tudo tem limite.
Acho válido dizer também que não sou religioso, mas já li a Bíblia algumas vezes à título de curiosidade e conhecimento. Que iniciem-se os trabalhos.
Deus, onipotente, resolveu acabar com a humanidade pela segunda vez. Porque obviamente ele falhou na primeira. Como O cara é um puta sádico (vide o velho testamento) ele transforma as pessoas em zumbis/possuídos, com o poder de andar no teto, arrancar pedaços de membros humanos na mordida e ficar parados enquanto comem chumbo. Até aí tudo bem.
Logo depois da introdução (?) do personagem Michael, que fica sem asinhas e detona uns policiais possuídos, somos apresentados a outros personagens ainda mais vazios que o anjo herói. A garçonete grávida de pai desconhecido; Seu amigo trouxa apaixonado por ela; O pai dele bonitão típico caipira do deserto; O cozinheiro da possilga maneta e negão; e todas aquelas outras pessoas que vão eventualmente morrer no processo.
O bebê no ventre da garçonete acontece de ser a salvação dos humanos, a única possibilidade de sobrevivência pra toda a espécie, e Michael vem até nós com o intuito de proteger a mãe/criança a qualquer custo (Não, o nome dela não é Connor). Porque o bebê é The One? Porque Deus simplesmente não deseja que a criança não exista? Porque todos os anjos do céu não se materializam a 30 centimetros da infeliz e acabam com o sofrimento dela? Como um anjo consegue usar uma arma de fogo melhor que o Rambo? Nenhuma dessas questões parece importante ao roteirista.
Eu não esperava um filme denso, cheio de suspense e drama, não. Eu só queria sangue, e um tratamento decente dispensado à minha inteligência. De toda forma, o que acontece? Todos os personagens, exceto o anjo, que ainda não chegou, ficam presos nesse restaurante no meio do nada, sério. Aparece uma velhinha tomada pelos anjos. Anda no teto, joga frigideira, tiro, tiro, “papai, não consigo puxar o gatilho”, pedaço de pescoço, fim da velhinha. Eles se vêem então ilhados, sem nenhum tipo de comunicação. Eis que neste momento surge o anjo, com uma mala de armas de fazer inveja ao Mariachi, sem nenhuma explicação. Fortificam o restaurante, tiros, tiros, vão morrendo de um em um.
No final sobram apenas o anjo, a mãe e o trouxão apaixonado. Depois de uma luta insonssa contra um outro arcanjo, Michael morre (?). Mas antes do fim ele retorna alegando que “Conhecia o que se passava no coração de Deus melhor que o próprio Deus”. O outro arcanjo vai embora, os anjos/demônios despossuem as pessoas, fim.
Desculpem pelos spoilers, não podia ser de outro jeito. Termino o posto prometendo uma crítica de Akira ainda esta semana, e colocando definitivamente Legião no meu Top 5 piores filmes que já vi, e não num bom sentido.