O texto de hoje é curto, sábados de carnaval costumam ser corridos.
O carnaval é, além de tudo, um
ótimo espaço de observação. É assim que me dou conta de mim mesmo, parado em um
dos muitos blocos da cidade Acordo
minha percepção e olho para um casal recém-formado. Dois rapazes não muito mais
jovens que eu. A paixão instântanea se consome com ferocidade entre eles.
Tudo começa com um sorriso, um sussurro e se
desenrola em um beijo lento, insaciável, contínuo. O amor de uma vida, vivido em
um minuto. Invejo a capacidade deles de se perderem nos lábios de seu parceiro,
como se nada mais importasse, mesmo que só por aquele instante. Buscam um ao
outro com sede, explodem em um único
momento. Olham-se nos olhos, sorriem
mais uma vez. O índio dá as costas e some na multidão. A fada retorna
sorridente pra seus amigos dançando uma música qualquer.
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